Mercado imobiliário dos EUA cresce 57% em 5 anos enquanto casas encarecem
O mercado imobiliário dos EUA cresceu 57% em 5 anos, mas o preço das casas disparou e gera novos desafios para compradores.
O mercado imobiliário dos EUA passou por uma transformação expressiva nos últimos cinco anos.
Desde 2020, o valor agregado ao setor aumentou cerca de 57%, o que equivale a US$ 20 trilhões, chegando ao patamar recorde de US$ 55 trilhões.
Esse crescimento impressiona pela magnitude, mas também revela um desafio para milhões de famílias: comprar uma casa se tornou cada vez mais caro, mesmo em meio a juros altos e a um cenário econômico incerto.
Essa valorização é resultado de um conjunto de fatores que vão desde a escassez de imóveis disponíveis até mudanças demográficas e climáticas que afetam diretamente a oferta e a procura em determinadas regiões.
Entender esse movimento é essencial para compreender não só o presente, mas também os rumos do mercado imobiliário nos EUA nos próximos anos.
O que impulsionou o crescimento do mercado imobiliário nos EUA
O salto observado desde 2020 está diretamente ligado ao comportamento da oferta e da demanda.
Durante a pandemia, muitas famílias buscaram novas formas de moradia, valorizando espaços maiores e regiões mais tranquilas.
Esse movimento coincidiu com um estoque historicamente baixo de casas disponíveis, criando um cenário de disputa acirrada por imóveis.
Mesmo com taxas de hipoteca em níveis elevados, a procura superou a oferta em várias cidades, forçando uma escalada de preços.
Essa dinâmica se mantém até hoje, sustentada pela dificuldade de repor o estoque de imóveis, especialmente em regiões densamente povoadas.
Além disso, investidores e fundos imobiliários também desempenharam papel importante.
Com a volatilidade de outros mercados, muitos direcionaram capital para o setor imobiliário, reforçando ainda mais a valorização.
Regiões que mais valorizaram em 2025
Embora o mercado imobiliário americano como um todo tenha registrado crescimento, o aumento não ocorreu de forma uniforme.
Algumas regiões se destacaram pela alta concentração de demanda e pela escassez de imóveis.
Nordeste em destaque com Nova York e Nova Jersey
Entre os estados que mais acumularam valor no último ano estão Nova York e Nova Jersey.
Só Nova York adicionou mais de US$ 200 bilhões em valor ao mercado, superando qualquer outro estado.
Esse crescimento está ligado ao baixo número de imóveis disponíveis: hoje, o estoque na cidade representa apenas metade do que havia antes da pandemia.
O fenômeno reforça a ideia de que a pressão da demanda sobre um estoque limitado é um dos principais motores da valorização.
Para quem busca comprar, isso significa enfrentar preços historicamente altos e pouca margem de negociação.
Impacto da escassez de oferta nas grandes cidades
A dinâmica não é exclusiva do Nordeste, mas os números da região são emblemáticos.
Com poucos imóveis à venda, a valorização tende a se concentrar nos estoques existentes, ampliando desigualdades e limitando o acesso à casa própria em áreas urbanas estratégicas.
Onde o mercado imobiliário dos EUA perdeu força
Se por um lado algumas regiões acumulam ganhos expressivos, por outro, estados antes aquecidos entraram em ciclo de baixa.
Flórida, Califórnia e Texas entram em ciclo de baixa
Durante a pandemia, esses estados foram grandes polos de migração interna, atraindo moradores em busca de qualidade de vida, clima agradável e custos relativamente mais baixos.
No entanto, em 2025 a situação se inverteu.
O estoque de imóveis aumentou, os compradores ficaram mais cautelosos e os vendedores precisaram rever expectativas, oferecendo descontos e concessões.
Corretores locais relatam que propostas abaixo do valor pedido tornaram-se mais comuns, refletindo um enfraquecimento da demanda.
Fatores: aumento de seguros, impostos e efeitos das mudanças climáticas
Outro ponto crucial é o impacto dos custos adicionais.
Em estados como Flórida, Texas e Califórnia, os seguros residenciais dispararam devido à maior frequência de desastres naturais, como furacões, incêndios e enchentes.
Isso elevou de forma significativa o custo de manter uma propriedade.
Muitos compradores desistiram de negociações ao se depararem com os valores das apólices, o que contribuiu para a queda nos preços.
Além disso, a elevação de impostos e taxas de manutenção reforçou a percepção de que possuir um imóvel nessas regiões pode se tornar financeiramente inviável para parte da população.
O papel das construções no equilíbrio do setor
Apesar da queda em alguns estados, a construção de novas casas ajudou a sustentar a valorização do mercado imobiliário em boa parte do país.
Esse movimento é especialmente forte no chamado Cinturão do Sol, que engloba estados do sul e do oeste.
No Texas, por exemplo, mais de 20% da valorização desde 2020 veio de imóveis recém-construídos, um dos percentuais mais altos do país.
A Flórida e Utah também figuram entre os estados que mais contribuíram nesse sentido.
Novas construções funcionam como válvula de escape para mercados em expansão, criando bolsões de acessibilidade e permitindo que famílias conquistem a primeira moradia.
Ainda assim, o ritmo das construções precisa acompanhar o crescimento populacional para evitar desequilíbrios ainda maiores.
Desafios e perspectivas para os próximos anos
O futuro do mercado imobiliário americano deve ser marcado por uma combinação de oportunidades e incertezas.
De um lado, a valorização histórica coloca os imóveis como ativos sólidos e atraentes para investidores.
De outro, a dificuldade de acesso à casa própria se torna um problema social cada vez mais evidente.
Entre os principais desafios estão:
Acessibilidade: preços altos afastam compradores de primeira viagem.
Financiamento: taxas de juros elevadas dificultam a aquisição.
Custos adicionais: seguros e impostos pesam no bolso dos proprietários.
Mudanças climáticas: riscos crescentes podem comprometer a atratividade de certas regiões.
Por outro lado, a construção de novas moradias pode aliviar parte da pressão sobre os preços, criando oportunidades em áreas em desenvolvimento.
Se combinada com políticas públicas de incentivo e maior controle sobre custos adicionais, essa tendência pode tornar o setor mais equilibrado.
O que esperar daqui para frente
O mercado imobiliário dos Estados Unidos atravessa um momento único: cresce em valor absoluto, mas gera desafios inéditos para quem deseja comprar.
Em cinco anos, a valorização de 57% impressiona, mas esconde um cenário de desigualdade regional, custos elevados e riscos climáticos crescentes.
Mais do que números, esse movimento reflete transformações profundas na forma como os americanos lidam com a moradia e como o setor imobiliário responde a crises e oportunidades.
Para investidores, compradores e especialistas, acompanhar essas mudanças é essencial para compreender o futuro de um dos maiores mercados do mundo.
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