Selic a 15% desacelera compra e venda de escritórios no 1º semestre
Selic a 15% esfriou o mercado de escritórios no 1º semestre. Veja dados, riscos e oportunidades para comprar bem em 2025.
Com a Selic estabilizada no entorno de 15% ao ano, o mercado de compra e venda de escritórios perdeu tração no primeiro semestre, favorecendo movimentos mais seletivos e um olhar cirúrgico para preço, vacância e renda futura.
Ao mesmo tempo, a alta do custo de capital empurra investidores para ativos financeiros e alonga decisões de aquisição.
Nesse cenário, quem busca por escritórios precisa calibrar preço de entrada e qualidade da renda para manter o spread atrativo frente às alternativas.
Há, porém, janelas de oportunidade em submercados com vacância em queda e ativos eficientes.
A chave é comparar taxa de capitalização, perfil de inquilinos e potencial de valorização antes de cravar a proposta e negociar com base em dados.
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O que os números dizem
Um levantamento da Binswanger divulgado pela Exame mostrou que, no primeiro semestre de 2025, foram registradas apenas duas transações de escritórios no país, somando R$ 88 milhões, ante oito operações e R$ 1,7 bilhão no mesmo período do ano anterior.
Trata-se de uma desaceleração expressiva no mercado de investimento corporativo.
Na outra ponta, os preços de venda de imóveis comerciais (conjuntos e salas) avançaram 1,68% no 1º semestre, enquanto os aluguéis subiram mais de 4%, segundo o Índice FipeZAP Comercial.
Isso mostra que a renda de locação segue aquecida, mesmo com capital values mais estáveis.
Em termos de ocupação, o Rio de Janeiro iniciou 2025 com queda de vacância e o menor patamar em 10 anos, sinalizando melhora de fundamentos em alguns mercados específicos, ainda que o cenário siga desigual entre regiões e padrões de edifício.
Por que os juros esfriam negócios com escritórios?
Juros altos elevam o custo de oportunidade do capital e reduzem o apetite por risco.
Em outras palavras: é preciso uma taxa de retorno mais robusta para justificar a compra de um escritório, especialmente quando o investidor encontra aplicações financeiras bem remuneradas e de menor risco.
Esse efeito ficou claro em 2025 com a Selic em 15%.
Onde ainda há oportunidade
Mesmo com o freio nas transações, existem bolsões de valor para quem busca escritórios com visão de médio e longo prazo. Veja alguns pontos que continuam promissores:
Mercados com vacância em queda e absorção positiva, pois sustentam aluguéis e reduzem concessões comerciais.
Edifícios modernos e bem localizados, próximos a metrô, serviços e polos empresariais.
Ativos com contratos atípicos ou locatários de baixo risco, que garantem fluxo estável de renda.
Como avaliar um escritório em 2025
1. Fluxo de caixa manda no jogo
Projete receita, vacância, períodos de carência e custos de manutenção. Em tempos de juros altos, o mercado valoriza a previsibilidade e contratos longos. Trabalhe sempre com cenários conservadores.
2. Taxa de capitalização vs. Selic
O taxa de capitalização mostra quanto o ativo rende em relação ao preço de compra.
Compare essa taxa com a Selic: se o spread for pequeno, o ativo precisa ter valorização potencial ou renda excepcionalmente estável.
3. Qualidade e eficiência do edifício
Ar-condicionado eficiente, piso elevado, iluminação natural, certificações ambientais e serviços no entorno aumentam o valor percebido e reduzem vacância futura.
Tendências que valem seu radar
Hubs que resistem
Alguns eixos corporativos continuam resilientes, principalmente onde há infraestrutura, mobilidade e adensamento empresarial. A queda de vacância no Rio é exemplo disso.
Locação mais ativa que venda
Com o custo do dinheiro alto, muitas empresas preferem alugar em vez de comprar. Isso explica o aumento dos aluguéis de escritórios no semestre, enquanto as vendas ficaram mais lentas.
Próximo passo: onde encontrar escritório com boas oportunidades
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Você também pode conferir páginas específicas como escritório em São Paulo e escritório no Rio de Janeiro para encontrar ativos com potencial de renda sólida.
Conclusão
Com a Selic em 15%, o mercado de escritórios à venda exige mais técnica, paciência e dados.
A desaceleração nas transações é clara, mas a alta dos aluguéis e a queda de vacância em regiões estratégicas indicam um setor mais seletivo, e cheio de oportunidades para quem analisa com cuidado.
No fim das contas, o jogo é sobre preço justo, renda estável e informação precisa.