Queda nas vendas de carros 2025: veja os modelos que despencaram mesmo com o mercado em alta
A queda nas vendas de carros 2025 surpreendeu o mercado: alguns modelos despencaram mais de 50% em outubro. Veja os destaques negativos.
Fonte: VolkswagenA queda nas vendas de carros 2025 tem chamado atenção por um motivo curioso: mesmo com o mercado automotivo brasileiro em expansão, alguns modelos registraram retrações profundas no mês de outubro.
Enquanto os emplacamentos totais cresceram 7,14% em relação a setembro, saltando de 231.349 para 247.877 unidades, vários veículos sofreram quedas superiores a 50% no mesmo período.
Esse contraste revela que, embora o setor esteja em recuperação e a demanda geral siga aquecida, fatores como rupturas na produção, disponibilidade reduzida de estoque, mudanças no comportamento do consumidor e a concorrência mais intensa em segmentos específicos podem derrubar o desempenho de modelos individuais.
A seguir, você confere os carros que mais despencaram no mês e as razões por trás dessas oscilações.
Modelos que mais despencaram nas vendas em outubro de 2025
O ranking dos maiores recuos é liderado por SUVs médios, categoria que, apesar do forte apelo no mercado, também sofre diretamente com gargalos produtivos e maior dependência de itens importados.
Volkswagen Taos — queda de 56,6%
O Taos registrou a queda mais expressiva do mês: de 1.144 unidades em setembro para apenas 496 em outubro.
Uma retração tão brusca pode estar associada ao posicionamento do modelo, que disputa espaço com SUVs mais competitivos e frequentemente mais baratos, como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.
Apesar do recuo pontual, o Taos acumula 11.826 unidades vendidas no ano, desempenho ainda relevante para seu segmento.
Toyota Corolla Cross — queda de 50,44%
O Corolla Cross, SUV da Toyota, sofreu quase o mesmo impacto que o Taos: caiu de 7.282 para 3.609 unidades.
O principal motivo foi um evento externo: um vendaval que atingiu a fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz (SP), interrompendo temporariamente a produção e limitando o envio de unidades às concessionárias.
Mesmo com a queda momentânea, o Corolla Cross segue como um dos SUVs mais vendidos do país em 2025, acumulando 55.676 unidades.
Outros modelos com retrações acentuadas no período
Além dos líderes de queda, vários outros modelos apresentaram desempenho negativo relevante:
Hyundai Tucson — retração de 47,5%
O Hyundai Tucson recuou de 80 para 42 unidades. Embora seus volumes não sejam altos, a queda reforça que o modelo, hoje mais direcionado a vendas corporativas, perdeu espaço diante de SUVs mais modernos e eficientes.
JAC E-JS1 — queda de 37,29%
O subcompacto elétrico JAC E-JS1 caiu de 59 para 37 unidades. Isso ocorre enquanto o mercado de elétricos passa por ajustes após um período de forte crescimento impulsionado pelas marcas chinesas.
Citroën C3 Aircross — queda de 35,35%
Já o Citroën C3 Aircross passou de 297 para 192 unidades. O modelo, recém-lançado, ainda tenta se consolidar na categoria de SUVs compactos, que é extremamente competitiva.
Outros modelos com queda expressiva no mês
As retrações também atingiram:
Chevrolet Equinox
Jeep Renegade
GM Tracker
Nissan Kicks
Honda Civic
Honda ZR-V
Volkswagen Polo
Caoa Chery Tiggo 8
BYD Dolphin Mini
Nissan Versa
GWM Ora 03
Renault Kardian
Toyota RAV4
Toyota Corolla
Honda CR-V
Esses modelos representam diferentes categorias, de hatch compactos a SUVs grandes, o que reforça que os fatores das quedas não são isolados para um único segmento.
Por que tantos modelos recuaram mesmo com o mercado em alta?
A queda nas vendas de carros 2025 em modelos específicos não significa que o consumidor tenha perdido apetite por veículos novos.
Pelo contrário, o avanço geral do mercado confirma o movimento de recuperação do setor.
No entanto, alguns fatores explicam as quedas pontuais.
1. Problemas de produção e logística
O episódio da Toyota é o melhor exemplo: uma interrupção temporária foi suficiente para reduzir drasticamente a disponibilidade de um dos SUVs mais vendidos do país.
Outras marcas também enfrentaram:
Atrasos de peças importadas
Reajustes logísticos
Gargalos industriais
Priorização de modelos mais rentáveis.
Modelos com menor prioridade na linha de montagem sofrem primeiro.
2. Estoques desbalanceados
Concessionárias que apostaram em volumes maiores de determinados modelos no primeiro semestre precisaram ajustar estoques no segundo, reduzindo pedidos e impactando os emplacamentos.
3. Mudança no comportamento do consumidor
2025 consolidou algumas tendências:
Maior busca por carros compactos e econômicos
Migração gradual para híbridos e elétricos
Procura crescente por SUVs compactos (não médios)
Sensibilidade maior ao preço, especialmente em segmentos acima de R$150 mil.
Modelos caros ou com reajustes recentes ficam mais vulneráveis às quedas.
4. Competição mais agressiva das marcas chinesas
Marcas como BYD, GWM e Chery empurraram para baixo a demanda de alguns modelos tradicionais, principalmente em:
SUVs médios
sedãs
elétricos de entrada
SUVs compactos.
Quando um concorrente entra com preço agressivo, montadoras tradicionais costumam perder participação no curto prazo.
5. Ofertas sazonais e promoções que direcionam a demanda
Em outubro e novembro, algumas montadoras priorizaram ofertas de modelos específicos para aumentar o giro antes da Black Friday automotiva, o que também desloca vendas entre linhas.
Conclusão
A queda nas vendas de carros 2025 não representa um enfraquecimento do setor, mas sim um retrato fiel de como o mercado está dinâmico e competitivo.
Com modelos despencando mais de 50% em um único mês enquanto outros seguem em alta, fica evidente que cada lançamento, cada interrupção e cada movimento competitivo pode influenciar significativamente o desempenho.
Para consumidores, isso abre oportunidades de negociações mais agressivas em modelos com baixa demanda momentânea.
Para empresas e revendedores, é o momento de ajustar estratégias, acompanhar tendências e adaptar estoques com precisão.
