Stellantis estreia desmontadora de veículos em Osasco e aposta no mercado de peças usadas

Você sabia que a Stellantis abriu uma desmontadora de carros em Osasco?

O mercado automotivo mundial passa por uma transformação marcada pela busca por eficiência, sustentabilidade e novas fontes de receita.

Nesse cenário, Stellantis, grupo que reúne marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, decidiu apostar em um caminho pouco explorado no Brasil: a desmontagem de veículos em fim de vida útil para reaproveitamento de peças.

Mais do que uma novidade no setor, a iniciativa se conecta com duas grandes tendências globais: a economia circular e a reciclagem de materiais.

Continue acompanhando para entender mais!

Por que a Stellantis investiu em uma desmontadora?

Com cerca de 20% das receitas provenientes do aftermarket (serviços e peças pós-venda), a montadora viu oportunidade de diversificar sua atuação.

Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Serviços para a América do Sul, ressalta que peças não‑originais, fabricadas por terceiros, já dominam 80% do mercado.

A proposta da Stellantis é disputar com esse segmento, ao invés de substituir suas peças novas.

Inovação industrial com foco sustentável

Capacidade e investimento: o centro tem estrutura para desmontar até 8.000 veículos por ano. O investimento inicial foi de R$ 13 milhões e a operação deve gerar cerca de 150 empregos diretos.

Processo completo e rastreabilidade: veículos com perda total são comprados em leilões e descontaminados, retiram-se fluídos, óleos e combustíveis, depois passam pela desmontagem técnica. As peças passíveis de reutilização são limpas com produtos biodegradáveis, avaliadas, etiquetadas e rastreadas mediante sistema do Detran, garantindo origem e procedência certificadas.

Comercialização multicanal: o centro vende os componentes na loja física (em contêiner), em lojas conveniadas DPaschoal e também nos canais digitais, como a loja no Mercado Livre e um e-commerce em desenvolvimento.

Desmontadora da Stellantis gera economia circular e reduz impacto ambiental

A desmontadora da Stellantis não descarta nem mesmo os materiais considerados sem aproveitamento: aço, alumínio, cobre e outros componentes vão para parceiros especializados em reciclagem, enquanto os fluídos (óleos, etc.) recebem o encaminhamento adequado.

Segundo a Stellantis, 100% dos veículos recebem destinação correta.

Além disso, a operação pode evitar a emissão de até 30.000 toneladas de CO₂ por ano, reforçando o compromisso da montadora com a economia circular, especialmente via o programa global baseado nos 4Rs: remanufatura, reparo, reuso e reciclagem.

Panorama brasileiro vs. global

O Brasil possui cerca de 48 milhões de veículos, dos quais cerca de 2 milhões deixam de circular anualmente.

Contudo, apenas 1,5% a 2% desses carros recebem uma reciclagem adequada, taxa muito abaixo de padrões observados no Japão (95%) e na Europa (até 90%).

Essa realidade mostra um enorme potencial de expansão para operações estruturadas como a iniciativa da Stellantis.