Depois de montadora de automóveis, Ceará também terá motos elétricas
Ceará negocia fábrica da Duact Motors e avança para virar polo de motos eletricas, somando-se à montadora de carros já confirmada.
Fonte: FreepikO interesse por motos elétricas cresce no Brasil e, no Nordeste, o Ceará está a um passo de se tornar referência.
O Governo do Estado negocia a instalação da primeira fábrica completa da Duact Motors, que pretende concentrar produção em Caucaia e usar a logística do Porto do Pecém para atender todo o país.
A notícia surge pouco depois de o Estado avançar com um polo automotivo multimarcas para veículos elétricos e híbridos, em Horizonte, consolidando uma estratégia industrial focada em mobilidade limpa.
O que está no radar: a fábrica de motos elétricas da Duact
De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará, as tratativas com a Duact Motors estão em fase avançada para que o Estado receba a primeira fábrica completa de motocicletas da marca no Brasil, incluindo versões autopropelidas e elétricas.
A empresa já realiza operações de importação e montagem em outros estados, mas o plano é unificar e escalar a produção no Ceará, com a planta prevista para Caucaia.
A imprensa local e setorial indica que a unidade pode gerar empregos diretos e indiretos, fortalecer cadeias de fornecedores e explorar a infraestrutura do Complexo do Pecém para importação de componentes e distribuição nacional.
Reportagens destacam ainda que a linha de produtos inclui ciclomotores e motonetas elétricas de entrada, mirando deslocamentos urbanos e micromobilidade.
Por que o Ceará?
O Estado já vinha atraindo investimentos em eletromobilidade.
Em Horizonte, onde funcionava a antiga fábrica da Troller, foi confirmada a implantação de uma plataforma multimarcas para veículos elétricos e híbridos, com capacidade projetada para até 80 mil veículos por ano e início de produção em 2025.
Essa base industrial, somada a porto competitivo, mão de obra em formação e agenda pública focada em transição energética, cria um ambiente propício para um ecossistema integrado de duas e quatro rodas.
Além do vetor industrial, há demanda.
O interesse por eletrificados cresceu de forma expressiva no Estado, com forte participação de marcas chinesas e expansão da rede comercial.
Esse cenário ajuda a validar a aposta em motos elétricas para uso urbano, entrega rápida e deslocamentos curtos.
O que muda com a chegada da Duact Motors
A proposta da Duact combina três elementos essenciais para viabilizar motos eletricas em escala:
Produção local e verticalizada: reduzir custos logísticos e tempo de resposta ao mercado brasileiro.
Logística via Pecém: importação de kits e componentes com escoamento nacional rápido.
Portfólio de entrada: ciclomotores e motonetas acessíveis, voltados para primeira motorização e trabalho urbano leve.
A combinação aponta para preços mais competitivos, disponibilidade de peças e uma rede de assistência com SLA adequado a frotistas, entregadores e clientes pessoa física.
O mercado de motos elétricas no Brasil e o papel do Nordeste
As motos elétricas ganharam tração por três razões: custo por quilômetro reduzido, simplicidade mecânica e ruído menor no trânsito urbano.
Em cidades com clima quente e topografia moderada, a eficiência energética cresce.
A presença de polos industriais no Nordeste, como Pecém e Suape, somada a zonas de processamento e acordos logísticos, favorece cadeias de importação de baterias, motores e controladores.
Para quem usa a moto diariamente, o TCO tende a cair com manutenção básica, menos itens de desgaste e abastecimento via tomada doméstica.
Para frotas de entrega, o ganho de disponibilidade operacional é um diferencial.
O caso de uso em Fortaleza e região metropolitana
Fortaleza e municípios vizinhos apresentam alta densidade urbana, grande circulação de delivery e malha viária extensa de curtas e médias distâncias.
Esse desenho abre espaço para motos elétricas em last mile e serviços.
Com fábrica instalada em Caucaia, a assistência técnica tende a ser mais ágil, o fornecimento de peças se torna previsível e o relacionamento comercial com frotistas pode ser mais próximo, reduzindo tempo de parada dos veículos.
Integração com a base automotiva já anunciada
O novo polo de motos se somaria à montadora multimarcas em Horizonte. Essa proximidade industrial permite sinergias:
Compartilhamento de fornecedores para chicotes, conectores, plásticos e itens de estamparia.
Formação técnica integrada com SENAI e universidades, preparando mão de obra para eletrônica de potência e BMS.
Poder de barganha logístico no Porto do Pecém e melhor negociação com armadores.
Com duas plantas complementares, o Ceará fortalece sua marca no mapa da eletromobilidade, com resultados em PIB industrial, arrecadação e inovação.
Impactos econômicos e ambientais
A chegada de motos elétricas produzidas no Ceará pode:
Gerar empregos locais em produção, logística e serviços.
Atrair fornecedores de componentes e estimular P&D em universidades.
Reduzir emissões locais de poluentes e ruído urbano, alinhando-se à transição energética em curso no setor automotivo do Estado.
No médio prazo, essa base pode incentivar pilotos de reciclagem de baterias e programas de segunda vida em baterias estacionárias, fechando o ciclo de sustentabilidade.
Conclusão
O Ceará reúne estratégia industrial, logística privilegiada e demanda urbana que favorecem a adoção de motos eletricas.
A negociação com a Duact Motors para instalar a primeira fábrica completa no Estado, em Caucaia, indica um passo decisivo para transformar a região em polo de duas rodas eletrificadas.
Somada à montadora multimarcas de veículos elétricos e híbridos em Horizonte, a iniciativa tende a acelerar empregos, inovação e competitividade, colocando o Nordeste no centro da nova mobilidade do país.